segunda-feira, 28 de março de 2011

Exemplos de exercícios de estimulação realizados nas sessões do "Projecto Cuidar de Quem Cuida" com Doentes de Alzheimer:

NOTA: Todos os exercícios são adaptados ao estádio da doença de Alzheimer em que cada pessoa se encontra.

- Exercícios de cálculo matemático:
5+2=___
15-8=___
20:4=___
3x9=___

- Exercícios de reconhecimento de sons:
·         Cantar dos passarinhos
·         Água a correr
·         Trovoada
·         Sons de animais

- Construção de puzzles e reconhecimentos das imagens montadas:
·         Frutas: morangos, ameixas, uvas…
·         Legumes: alface, cenouras, alhos…


- Estimulação da memória, através do reconhecimento e construção de provérbios e ditos populares:
·         Quem tem boca vai…
·         Em casa de ferreiro…
·         Grão a grão…
·         Mais vale um pássaro na mão…

- Raciocínio Sequencial
Exemplo: Plantar batatas
___ Sulfatar
___ Cavar a terra
___ Colocar as batatas com o grelo
___ Colocar o adubo
___ Lavrar a terra

- Reconhecimento de palavras:

A
N
G
C
P
U
C
E
A
S
A
T
A
C
T
O
N
B
S
N
O
C
O
G
A
R
U
M
S
L
Z
X
M
A
Ç
Ã



Gato
Pano
Casa
Maçã




Doença de Alzheimer


O que é?

            Sinónimos e nomes populares: demência; esclerose; caduquice.

            A Doença de Alzheimer é uma doença do cérebro, degenerativa, isto é, que produz atrofia, progressiva, com início mais frequente após os 65 anos, que produz a perda da capacidade de pensar, raciocinar, memorizar, que afecta as áreas da linguagem e produz alterações no comportamento. 

  
Quais as causas da doença?

            As causas da doença de Alzheimer ainda não estão conhecidas, mas sabe-se que existem relações com certas mudanças nas terminações nervosas e nas células cerebrais que interferem nas funções cognitivas. Alguns estudos apontam como factores importantes para o desenvolvimento da doença:
  • Aspectos neuroquímicos: diminuição de substâncias através das quais se transmite o impulso nervoso entre os neurónios, tais como a acetilcolina e noradrenalina;
  • Aspectos ambientais: exposição/intoxicação por alumínio e manganésio;
  • Aspectos infecciosos: como as infecções cerebrais e da medula espinhal;
  • Predisposição genética nalgumas famílias, não necessariamente hereditária.     
Sintomas

·         “Passo a vida a esquecer-me…”
·         “Não me lembro onde deixei…”
·         “Doutor, facilmente esqueço-me dos números de telefone e de pagar contas”
·         “Doutor, a minha mãe esqueceu-se do meu aniversário…Doutor, o meu pai perdeu-se…”

         São esses os tipos de queixas que se ouvem, às quais geralmente os amigos e familiares reportam como “coisas da idade”.

           Na fase inicial da doença, a pessoa afectada mostra-se um pouco confusa e esquecida e parece não encontrar palavras para comunicar em determinados momentos; às vezes, apresenta descuido da aparência pessoal, perda da iniciativa e alguma perda da autonomia para as actividades da vida diária.

           Na fase intermediária necessita de maior ajuda para executar as tarefas de rotina, pode passar a não reconhecer os seus familiares, pode apresentar incontinência urinária e fecal; torna-se incapaz para o julgamento e o pensamento abstracto, precisa de auxílio directo para se vestir, comer tomar banho, tomar os medicamentos e todas as outras actividades de higiene. Pode apresentar comportamento inadequado, irritabilidade, desconfiança, impaciência e até agressividade; ou pode apresentar depressão, regressão e apatia.
          
          No período final da doença, existe perda de peso, mesmo com dieta adequada; dependência completa, torna-se incapaz de qualquer actividade de rotina da vida diária e fica restrita ao leito, com perda total de julgamento e concentração. Pode apresentar reacções a medicamentos, infecções bacterianas e problemas renais. Na maioria das vezes, a causa da morte não tem relação com a doença e sim com factores relacionados à idade avançada.

Diagnóstico

            Uma das dificuldades em realizar um diagnóstico de doença de Alzheimer é a aceitação da demência como consequência normal do envelhecimento.
            O diagnóstico de Doença de Alzheimer é feito através da exclusão de outras doenças que podem evoluir também como quadros demenciais. Por exemplo:
·         Traumatismos cranianos
·         Tumores cerebrais
·         Acidentes Vasculares Cerebrais
·         Intoxicações ou efeitos colaterais de medicamentos
·         Intoxicação por drogas e álcool
·         Depressão

 
Tratamento

            Não existe cura conhecida para a Doença de Alzheimer, por isso o tratamento destina-se a controlar os sintomas e proteger a pessoa doente dos efeitos produzidos pela deterioração trazida pela sua condição.
            Antipsicóticos podem ser recomendados para controlar comportamentos agressivos ou deprimidos, garantir a sua segurança e a dos que a rodeiam.

            A doença de Alzheimer não afecta apenas o doente, mas também as pessoas que lhe são próximas. A família deve preparar-se para uma sobrecarga muito grande em termos emocionais, físicos e financeiros. Também deve organizar-se com um plano de atenção ao familiar doente, em que se incluam, além da supervisão sociofamiliar, os cuidados gerais, sem esquecer os cuidados médicos e as visitas regulares ao mesmo, que ajudará a acompanhar as condições da pessoa doente, verificando se existem outros problemas de saúde que precisem de ser tratados.